quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O futuro de Aécio

Blog do Reinaldo Azevedo
Ministro diz que Aécio não tem espaço no PSDB e precisa ter "coragem" para sair

Na Folha Online: O ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB-MG), disse ontem que, se o governador mineiro Aécio Neves quiser ser candidato a presidente, terá que "ter a coragem de mudar de partido", porque o candidato do PSDB será o governador de São Paulo, José Serra. Costa chegou a dizer que é "muito provável" que Aécio deixe a legenda tucana."O PMDB sempre esteve de portas abertas e nós peemedebistas de braços abertos para recebê-lo amanhã, se ele quiser mudar de partido. E é muito provável que venha a acontecer, até porque nós mineiros lamentamos o fato de, sendo ele do PSDB, ficar limitado nas suas andanças de proposições como candidato a presidente da República. Venha para o PMDB", afirmou.Questionado sobre o motivo de considerar "muito provável" a saída de Aécio do PSDB, Costa disse: "Se quiser ser candidato a presidente, vai ter que ter a coragem de mudar de partido, porque no PSDB o candidato chama-se José Serra".O ministro disse que essa convicção ele formou em viagens a São Paulo, pelos contatos com a bancada paulista, as conversas em Brasília e pelo fato de receber os representantes políticos e empresariais, principalmente os de São Paulo. "Vejo que está muito consolidada a proposta do governador José Serra como candidato a presidente dentro do PSDB."Costa afirmou que Aécio precisa pensar em ir para o PMDB para ser candidato a presidente, mas disse que esses entendimentos devem ser primeiramente com o diretório regional do partido --alguns integrantes acham que Aécio conversa mais com o PMDB nacional do que com o mineiro."Tem que primeiro unir Minas e depois unir o Brasil. Tentar unir o Brasil sem unir Minas não têm jeito", disse Costa.Aécio disse ser "prematuro" tratar de 2010 agora, mas não concordou com a avaliação do ministro sobre o espaço do PSDB ser de Serra. "É uma avaliação dele que eu respeito, mas discordo", afirmou.Sobre Costa querê-lo no PMDB, Aécio disse: "Eu agradeço os gestos que o PMDB tem feito em nível nacional e agora em nível regional, mas tenho como prioridade administrar bem Minas".

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Sites sobre a crise

Site com visoes liberais sobre a crise
http://www.mises.org.br/
(estah na lista ao lado)

tem outro tb ultra-marxista, pra qm tiver muito tempo livre
versao traduzida
http://www.resistir.info/meszaros/meszaros_nov08_p.html
com direito a video no youtube
http://br.youtube.com/watch?v=pAxa82-ZQQY
o site original estah na lista de blogs ao lado (devemos ser democraticos, nao eh?)

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Jr Guzzo _ VEJA

J.R. Guzzo

Estado de erro

O estado de direito à brasileira não é coisa para principiantes. Pelo mundo afora, ou pelo menos nos países onde o Poder Judiciário funciona com um grau razoável de ordem, não se divide em seitas que guerreiam entre si e toma decisões geralmente compreensíveis para a maioria das pessoas, tudo é no fundo bem simples: vigora em tais lugares o entendimento de que as leis existem, no fim de todas as contas, para ajudar os cidadãos. Não se imagina, ali, que elas possam ajudar o crime, pois não se admite a idéia de que os artigos destinados a proteger direitos individuais sejam utilizados, de forma sistemática, para proteger a impunidade dos criminosos. O estado de direito, nessa maneira de ver as coisas, é um sistema destinado a defender quem obedece à lei de tudo aquilo e de todos aqueles que não obedecem a ela. E no Brasil? Depende. As pessoas responsáveis pela administração das leis e da justiça transformaram o sistema em algo tão complicado, mas tão complicado, que o estado de direito pode ser, e muitas vezes é, exatamente o contrário do que se deveria esperar que fosse.
É o que fica comprovado, no momento, com a espetacular salada mental que está sendo servida ao público brasileiro a partir das investigações sobre as atividades do banqueiro Daniel Dantas – denunciado na Justiça Federal de São Paulo por corrupção ativa e acusado de uma seqüência de crimes econômicos num montante aproximado aos 2 bilhões de dólares. Dantas foi preso duas vezes seguidas por ordem de um juiz federal de São Paulo, Fausto de Sanctis, e solto nas duas vezes pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, com uma rapidez que faria da Justiça brasileira uma das mais eficientes do mundo se também existisse para pessoas que não se chamam Daniel Dantas, não têm os mesmos amigos nem possuem patrimônio parecido com o dele. É bem sabido o tumulto que resultou disso. O ministro Mendes acusou o juiz Sanctis, a Polícia Federal e quem mais estivesse envolvido na acusação de cometer ilegalidades grosseiras e de agir em favor da criação de um "estado policial" no Brasil. A OAB, advogados criminalistas e políticos deram todo o apoio à sua posição – enquanto, do outro lado, mais de 400 juízes federais, com a solidariedade de procuradores da Justiça, armaram um protesto em público contra Mendes. O delegado que dirigia as investigações deixou o caso. O presidente da República entrou no bate-boca. O ministro Mendes saiu de férias. Daniel Dantas está em casa.
O presidente do STF pode acertar ou errar em suas decisões; no caso não está claro, tecnicamente, se acertou ou errou. Mas o real problema não é esse. O que existe de alarmante é a desmoralização cada vez mais aberta da Justiça brasileira, na qual o atendimento a uma necessidade indispensável, a de assegurar o direito de defesa, provoca quase sempre um resultado perverso – a impunidade dos acusados que têm dinheiro, influência e poder político. Episódios como o de Daniel Dantas tornam cada vez menos compreensível para os brasileiros o significado ou a utilidade das leis e do estado de direito. O que percebem é um estado de erro permanente: se um juiz manda a polícia prender, e os juízes acima dele mandam soltar o tempo todo, a única conclusão possível é que os tribunais superiores trabalham não para fazer justiça, mas para desfazer. Ou será que quem prende está errado sempre, e quem solta está sempre certo? No mundo das idéias, o povo está equivocado em pensar desse jeito; deveria confiar na virtude das leis e dos que estão encarregados de aplicá-las. No mundo dos fatos, o que a população vê é aquilo que acontece. Vê, por exemplo, dois subordinados do banqueiro oferecer dinheiro para corromper, por ordem do chefe, um delegado da PF, num vídeo gravado com autorização judicial e impecável como prova técnica. O que querem que o povo ache ao ver uma coisa dessas?
Querem que o povo fique preocupado, antes de mais nada, com os direitos constitucionais dos acusados. O ministro Gilmar Mendes, os advogados de defesa e todos os que ficaram horrorizados com a prisão do banqueiro acham perfeitamente normal que a aplicação da lei produza, escândalo após escândalo, a impunidade dos autores; dizem que as leis são as que estão aí, e que não é possível fazer nada de diferente. Toda a sua indignação se concentra nas algemas que a polícia coloca nos acusados ao cumprir as ordens de prisão. Não querem que a imprensa acompanhe as prisões e publique imagens dos suspeitos no ato de serem presos, pois isso fere o seu direito de privacidade; não lhes ocorre que eles freqüentam há anos o noticiário sobre corrupção, em conseqüência do tipo de vida que decidiram levar. Acham, inclusive, que nem a "ditadura militar" tratava seus inimigos da maneira como Daniel Dantas foi tratado. Será?
As cenas de prisão são os únicos momentos em que a população vê acontecer no Brasil alguma coisa que considera mais ou menos parecida com justiça. Não deveria ser assim, pois justiça não é isso. Mas é o máximo que se tem, no estado de direito à brasileira.

Blog do Reinaldão



FALA MENDONÇA DE BARROS – EM QUEM A CRISE VAI DOER MAIS
Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-presidente do BNDES e ex-ministro das Comunicações no governo FHC, é hoje economista-chefe da Quest Investimentos. Dentro do governo ou fora dele — já há muitos anos —, sua capacidade de antecipar cenários, com impressionante dose de acerto, é reconhecida por admiradores e adversários. Na entrevista abaixo, concedida com exclusividade a este blog, ele diz qual é a fatia dos brasileiros que vai sentir primeiro os efeitos da crise global — que já chegou ao Brasil, incomodando bem mais do que uma simples marolinha. Com base em dados colhidos pela MB Consultores Econômicos, ele afirma que “haverá uma redução importante nos rendimentos do trabalho dos brasileiros com renda superior a 10 salários mínimos”. Pois é, leitor amigo...Uma das características de Mendonça de Barros é pensar as implicações políticas da economia. Não havendo um agravamento da crise, ele antevê: “O presidente Lula não enfrentará um quadro de desastre que possa destruir o apoio que hoje tem dos mais de 50% dos brasileiros que ganham menos de cinco salários mínimos (...). Eles devem apenas sentir a interrupção da melhora ocorrida nos últimos anos, não uma queda expressiva nos seu nível de vida.”O país crescerá os 4% antevistos pelo ministro Guido Mantega (Fazenda)? “Com a redução da demanda chinesa, os preços das commodities exportadas pelo Brasil voltaram ao nível de 2002, eliminando, dessa forma, os ganhos na nossa capacidade de importar. Este movimento é que obriga o Brasil a crescer novamente a taxas de 2,5 % ao ano”, afirma Mendonça de Barros.Na conversa abaixo, ele lembra que os economistas esperavam há tempos uma drástica desaceleração da economia mundial. A crise que chegou, diz, traz características que já tinham sido antevistas, mas também surpreende em muitos aspectos. Segue a entrevista:
Há alguns anos, economistas falam do risco do “The Big One” na economia, aquela que seria realmente uma crise grave, com terríveis efeitos globais. Queria que o senhor caracterizasse a crise que se esperava então.
Há muitos anos vivemos um grande desequilíbrio macroeconômico no mundo, representado pelo excesso de consumo privado nos EUA e de poupança em parte importante do mundo, principalmente na Ásia. Mais recentemente, durante a era Bush, o governo passou a incorrer também em grandes déficits fiscais. Em outras palavras: a taxa de poupança americana ficou ainda mais negativa, o que levou os EUA a ter déficits crescentes em seu comércio com o mundo exterior, como ensina qualquer livro-texto de economia.Como os EUA emitem a moeda internacional, que é o dólar, esse desequilíbrio se transformou em uma fonte de instabilidade cambial, com um processo continuado de desvalorização da moeda americana. Criou também uma situação de excessiva liquidez no sistema bancário mundial, provocando uma expansão desordenada do crédito em vários países do mundo, principalmente nos próprios EUA, à medida que os dólares exportados voltavam para Wall Street. Essa dinâmica atingiu um estagio gravíssimo nos últimos dois anos, com um aumento brutal da liquidez financeira.Um dos resultados deste processo de expansão do consumo americano foi o crescimento vigoroso de um grupo de economias emergentes – liderados pela China – por meio do comércio exterior e do investimento privado no setor industrial exportador. Os recursos gerados pelo crescimento de suas exportações passaram a ser reciclados para os EUA por intermédio de aplicações financeiras, fechando o ciclo de desequilíbrios e financiando o déficit externo americano. Vale dizer: governos como o chinês e os dos países exportadores de petróleo equilibravam a balança de pagamentos americana por intermédio da compra maciça de títulos emitidos por Washington.A correção desses desequilíbrios era uma questão de tempo e viria necessariamente por uma redução do consumo nos EUA e de um aumento da poupança privada – principalmente das famílias – da ordem de 7% a 10% do PIB. A esse movimento tectônico, os economistas passaram a chamar de “The Big One”, expressão tomada emprestada do grande terremoto que se espera na região de Los Angeles.
Mas a crise parece não ter chegado por onde se esperava, não é? O que nela surpreende e o que já estava previsto?
Os defensores da inevitabilidade do The Big One econômico acreditavam que ele seria provocado por uma recusa dos investidores internacionais em continuar a financiar os EUA e receber uma moeda – o dólar – em processo acelerado de perda de valor. Seria essa recusa a origem desse grande ajuste macro na maior economia do mundo.Mas The Big One teve seu início de forma diferente, com o colapso do sistema bancário americano em função do estouro da bolha imobiliária e da crise de confiança que se seguiu. E o resultado desse ajuste inesperado provocou uma valorização da moeda americana em relação às principais moedas do mundo, com exceção do iene japonês, movimento contrário ao das previsões.Mas o ponto central era que, em determinado momento, a dependência do consumidor do crédito ilimitado chegaria ao fim, o que resultaria numa redução brusca do consumo e numa situação de recessão profunda na maior economia do mundo. Essa parada brusca nos EUA teria reflexos imediatos no resto do mundo, levando a uma situação de recessão mundial. E isso está realmente acontecendo.
A crise começou no mercado imobiliário, pegou os bancos, que financiavam a farra, e chegou às empresas. Ainda há espaço para surpresas?
Até agora, vivemos os efeitos do terremoto financeiro iniciado com a realização de enormes prejuízos no sistema bancário americano e europeu e uma fuga generalizada para investimentos mais seguros, principalmente títulos públicos dos governos americano e europeus. Esse clima de pânico entre os investidores espalhados pelo mundo provocou um processo brutal de venda de títulos de crédito privado e de ações, gerando uma perda incalculável de riqueza financeira ao redor do mundo.Agora, vivemos os efeitos de um processo generalizado e profundo de queda da atividade econômica, com redução dos lucros das empresas, do emprego e do salário. O quarto trimestre deste ano deve apresentar números assustadores de crescimento, principalmente nos EUA. O PIB americano deve cair 4% em relação ao do mesmo período de 2007. Essa etapa é mais perigosa que a primeira, pois pode levar o mundo a uma situação de depressão sem paralelo nas últimas décadas.
As medidas tomadas até agora, por exemplo, pelos países do G 20 foram inúteis?As ações mais vigorosas dos Bancos Centrais do G 20 podem ter estancado o pânico financeiro dos últimos meses, mas entramos agora em uma nova fase da crise em função doe risco real de depressão econômica. O único instrumento de ação conhecido para essa situação é a expansão vigorosa dos gastos públicos nos moldes do pensamento keynesiano tradicional. Mas não se sabe, com certeza, como realizar este movimento depois de décadas de desmontagem dos instrumentos públicos de ação sobre a economia privada. Para mim, essa é a grande fonte de incertezas que vivemos hoje e que vai marcar o inicio do mandato do presidente Obama.
O senhor acredita que o presidente Lula, o Lírico da Marolinha, se deu conta do tamanho da crise?Nosso presidente já mostrou que tem uma intuição muito forte para identificar riscos para seu governo. Embora a crise só tenha chegado ao Brasil em outubro, as informações já disponíveis — e certamente de conhecimento de Lula — são suficientes para que ele se arrependa da imagem da marolinha. Basta ver a intensidade das ações do governo na tentativa de preservar o crédito bancário no Brasil. Não tenho dúvida de que Lula sabe hoje que a imagem inicial da marolinha foi um grande erro de comunicação. Ele está agora fazendo um movimento de opinião pública para preparar os brasileiros menos informados para uma realidade bem mais difícil. Para ele, será fundamental preservar o Natal e deixar que os dias piores na economia apareçam apenas depois da virada do ano. Minha intuição me diz, entretanto, que o governo não acordou ainda para a verdadeira dimensão das mudanças que vão ocorrer na economia brasileira em 2009. Isso vai acontecer depois de um período mais longo, talvez apenas na Quarta–Feira de Cinzas ....
A crise pega a economia brasileira com os índices no pico. O senhor acredita que as medidas tomadas pelo governo federal, seguidas por outras de São Paulo e Minas, que tentam manter elevado o consumo, são uma boa resposta para a crise? Por quê?
São medidas para amortecer no tempo os efeitos que estão chegando ao lado real da economia. Como já disse, o Natal está próximo, e o presidente já prometeu varias vezes que o brasileiro vai ter um período de festas muito favorável. É fundamental para a sua credibilidade que as empresas deixem para o inicio de 2009 o processo de ajustes — emprego e produção — que necessariamente vão ocorrer. Nesse sentido, eu diria que as medidas são eficientes e devem manter o bom momento para o consumidor por mais algum tempo. A massa salarial deve se estabilizar com os primeiros sinais de redução do emprego muito localizado em regiões como São Paulo.
Mas, na sua opinião, o país cresce, em 2009, os 4% previstos por Guido Mantega?As medidas adotadas não vão impedir que o próximo ano seja muito menos brilhante do que o período 2006-2008. As previsões dos analistas apontam para um crescimento do PIB, em 2009, da ordem de 2,5%, sendo, que na primeira metade do ano, o número deve ser pouco inferior a 2% ao ano. Não se prevê nenhum desastre, mas apenas uma dinâmica menos brilhante.
O crédito secou. Temos sinais claros de desaceleração, mas a crise ainda não chegou às classes C e D. Vai chegar?
Inicialmente, a crise vai ser mais sentida nas classes de renda mais alta e na região Sudesete. A MB Consultores Econômicos prevê, para 2009, uma redução importante nos rendimentos do trabalho dos brasileiros com renda superior a 10 salários mínimos. Para os que ganham até cinco mínimos, a renda do trabalho deve ser igual à de 2008, sem crescimento.Esse cenário foi construído assumindo-se que a crise internacional não se aprofunde e que a economia americana já se mostre em recuperação no quarto trimestre do próximo ano. Nesse caso, o presidente Lula não enfrentará um quadro de desastre que possa destruir o apoio que hoje tem dos mais de 50% dos brasileiros que ganham menos de cinco salários mínimos. Os brasileiros de renda mais baixa devem apenas sentir a interrupção da melhora ocorrida nos últimos anos, não uma queda expressiva nos seu nível de vida. O efeito maior sobre esses brasileiros virá de uma menor disponibilidade de credito e, portanto, da capacidade de consumir bens industriais.Mas é importante ressaltar que esse cenário depende de uma recuperação da economia mundial ainda em 2009. Se isto não acontecer, poderemos ter uma situação bem menos confortável para o presidente Lula na segunda metade do próximo ano.
Até quando a China resiste como uma espécie de esperança dos emergentes?
O crescimento econômico chinês para 2009 é hoje um das questões mais importantes para o mundo emergente, principalmente para países exportadores de commodities, como é o Brasil. Foi a demanda chinesa a peça chave na melhora expressiva dos preços destes produtos entre 2002 e 2007, permitindo que o Brasil aumentasse o valor de suas exportações. Esse movimento permitiu que nossas importações tivessem um crescimento intenso ao longo do período 2006-2007. Foi essa maior disponibilidade de produtos importados que permitiu que se multiplicasse por dois a taxa de crescimento do PIB sem que voltasse a inflação do passado.Com a redução da demanda chinesa, os preços das commodities exportadas pelo Brasil voltaram ao nível de 2002, eliminando, dessa forma, os ganhos na nossa capacidade de importar. Este movimento é que obriga o Brasil a crescer novamente a taxas de 2,5 % ao ano.As melhores previsões para o crescimento chinês em 2009 apontam para uma redução expressiva, algo na faixa dos 7% ao ano. Mas a China terá, no próximo ano, uma liberdade maior que outras economias para acelerar seu crescimento por intermédio dos gastos do governo. Poderemos ter, já nos últimos meses de 2009, uma volta a taxas mais elevadas de crescimento econômico. Se isso acontecer, poderemos ter uma melhora nos preços das commodities e uma folga maior em nosso comercio exterior.Lula deverá, em 2009, fixar um olho no gato – a economia americana – e outro no peixe chinês.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Equador

Ter uma postura imperial e arrogante é algo que há muito tempo, talvez nunca, não cabe ao Brasil. Uma postura do tipo "Bush" - da força e da autoridade - está em desuso hoje, apesar de que pequenos países aqui da América Latina, por não representarem nenhum peso muito grande mundialmente, se sentem no direito de assim se portarem , parecendo mais figuras cômicas do tipo "baixinho invocado", ao mesmo tempo em que ganham uma aparição internacional e seus líderes popularidade. O Brasil não pode mesmo, por mais que não deva ser arrogante, se dirigir, por meio do ministro Celso Amorin, ao Equador ou a qualquer outro país, como se estivesse a pedir um favor ou como se contasse com a boa fé do líder de plantão. Aliás, não confundamos, o Brasil nunca foi um país imperialista, mas ao contrário: foi vítima dele. Então se o Rafael Correa quiser cobrar as contas do passado, ele que cobre da Espanha ou de qualquer outro país, menos do povo brasileiro - que se sente culpado pela própria pobreza e agora pela de toda América Latina.
O governo barsileiro pode negociar com o Equador e deve ser solidário, mas também deve lembrar que existe um outro compromisso (sabe?), que é com o povo brasileiro ( que não participamos das negociações). O mínimo que exigimos é um pouco de estabilidade: o governo deve estar ao lado de quem estiver com a lei de direito, e não com a lei do mais forte (ou do mais "birrento").

Reinaldão:

"Quer dizer que o Brasil ameaça reagir? Vi Celso Amorim na TV. Duvido. Ele tem cara e histórico de quem sempre cede às ameaças e chantagens dos pequenos. Amorim passou a não gostar muito e desse “tarrr de imperialismo”. Bandoleiro da América do Sul pinta e borda. O Brasil só hostiliza quem não pode lhe fazer mal.Há dias, saudando a eleição de Obama, Lula afirmou que ele era a culminância de um processo iniciado na América do Sul, com a sua eleição. E listou Rafael Correa entre as conquistas democratizantes do subcontinente. Aquele vigarista abrigava terroristas da Farc em seu território. Seu governo dava apoio logístico aos criminosos. A Colômbia atacou o acampamento. O Brasil liderou o coro de condenação à... Colômbia!!! Sobre o filoterrorismo de Correa, não disse palavra.O Senado, até hoje, não se interessou em investigar os empréstimos do BNDES a países suspeitos como Equador, Venezuela ou Angola. Em todos eles, a imprensa está amordaçada e não investiga o governo. Até fiz uma fábula aqui de como seria fácil arrumar uma bufunfa para delinqüentes e cobrar um pedágio, repatriado em jatinhos, para “construir o partido”."

Nossa Caixa

Blog do Reinaldo...

"E a questão do leilão ou não? Olhem, eu preferiria a Nossa Caixa em mãos privadas – vou pedir a privatização do Banco do Brasil até o fim deste texto... Mas vamos parar com conversa mole. A privatização, em sentido estrito, da Nossa Caixa não sairia da intenção por várias razões, duas das quais:
a) não seria aprovada pela Assembléia Legislativa;
b) daria origem a um verdadeira indústria de liminares:
Resumo da ópera: não aconteceria no governo Serra e em governo nenhum."


Parece que ele finalmente admite que o Serra não é "O" liberal que vai acabar de vez com os petralhismo na administração pública. Nem um Serra nem ninguém dentro de um PSDB social-democrata teria condições para privatizar um banco do tamanho da Nossa-Caixa. Aliás, ele foi o primeiro a enfatizar logo após a transação que a venda para o BB enfatizava que o banco estadual iria continuar a ter um foco social e popular. Ele mesmo falou também que não concorda com bancos públicos, mas então ele prefiriu apenas passar o problema para o governo federal (?). Belo espírito pátrio, digna de alguém que almeja a presidência.

Depois ele conclui verdadeiramente, expondo junto seu tucanismo nato:

"Agora vamos ao Banco do Brasil. Eu vejo com bons olhos o gigantismo do banco e sua determinação de se voltar a ser o maior banco comercial do país? É evidente que não. Quanto maior o estado, maiores as chances de manipulação política e de corrupção na vida pública. Aí diz outro: “Serra quer ser presidente e também ele quer um Banco do Brasil gigante”. Bem, que pretenda ser presidente, parece ser uma aspiração legítima – ou não é? Que conte com um BB gigante, aí não sei. Se essa´é sua intenção, na Presidência ou não, a minha praia é outra. Afinal, das duas uma: ou o BB opera segundo critérios de mercado – e, portanto, não precisa ser do estado -, ou passa a ser instrumento de pirotecnias, e, aí, quem paga a conta é você.Ademais, gostem ou não este político ou aquele de estatais – e do Banco do Brasil em particular -, ele jamais será privatizado. Por incrível que pareça, a média dos brasileiros acha bacana esse negócio de estatal. Sentem, sei lá, uma espécie de orgulho cretino. E não sabem o quanto isso lhes custa. Democracia, às vezes, é uma coisa chata. Mas não se inventou nem se vai inventar nada melhor. Também nesse caso, cumpre não perder a vida por delicadeza."

"É para o bem de todos"

Estabilidade institucional é um sonho cada vez mas alto na Argentina

O senado da Argentina aprovou nesta quinta-feira a nacionalização da previdência privada do país, criada há quinze anos pelo ex-presidente carlos Menem. Após o lançamento do projeto de surpresa em outubro, o índice Merval despencou, o que levou o governo a pedir pressa, com a justificativa que precisava do dinheiro para fechar o caixa. A oposição no senado, que é forte, tentou em 12 horas de debate fechar as torneiras da gastança, mas o governo contou com votos da oposição para aprovar o projeto.


http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/11/081121_previdencia_argentina_mc_cq.shtml


"A aprovação era esperada, já que, além dos votos da base governista, o governo da presidente Cristina Kirchner contou com o apoio de senadores da oposição. A votação foi por 46 votos a favor e 18 contra – nove além do necessário para transformar o projeto em lei.

(...)
O projeto de lei foi lançado de surpresa pela presidente Cristina Kirchner no final de outubro, com reações políticas e econômicas bastante negativas.

Na ocasião, o índice Merval da Bolsa de Buenos Aires registrou queda histórica, o dólar disparou e os argentinos, temendo nova crise, intensificaram os saques dos depósitos bancários e voltaram a guardar dinheiro fora do sistema bancário do país.

Pouco depois, o governo pediu pressa na votação do projeto e deputados da oposição incluíram modificações no texto, com medidas de controle do gasto destes recursos. O projeto foi aprovado na Câmara no início de Novembro e foi então enviado ao Senado.

A surpresa com o lançamento da medida e a pressa na votação levaram economistas de diferentes tendências a apontarem que o governo precisava destes recursos para fechar as contas de 2009 e evitar novo calote da dívida.

(...)
"Qual é o problema que estes recursos sejam transferidos para o Estado e que o Estado use estes recursos para manter o emprego, a atividade econômica e a geração de empregos? É para o bem de todos", disse o senador Fabian Ríos, da legenda governista Frente para a Vitória."

Satiagraha

Com tanto confusão sem prazo para terminar, o que parece ser claro é que Dantas parece mesmo lucrar com vários ramos da ilegalidade, como mostra o novo relatório da PF sobre o caso, feito pelo delegado Ricardo Saadi, que substituiu Protógenes depois de seu afastamento. Nele, o "banqueiro baiano" é citado por vários crimes, como corrupção, formação de quadrilhas, entre outros.
O novo relatório reedita acusações a Dantas que Protógenes já havia feito, enquanto dirigiu Satiagraha ao seu estilo. A PF afirma que o Opportunity se utiliza de lobistas e manipula a mídia. Destaca as "ferramentas utilizadas pela organização criminosa" assim: "Com o intuito de alcançar seus objetivos, de se manter no controle das companhias e de fazer negócios que tenham um grande retorno financeiro, o Opportunity utiliza-se de diversas ferramentas, lobistas, manipulação da mídia, prática da corrupção e intimidação."


ESATADÃO:

"A fim de conseguir seus objetivos a organização criminosa liderada por Daniel Dantas utiliza-se de pessoas influentes, os chamados lobistas, bem como procura manipular notícias e opiniões da imprensa", acentua o relatório.

Segundo a PF, "a manipulação de notícias ocorria através de contatos dos membros da organização criminosa com determinados jornalistas que, por motivos diversos, eram simpáticos aos objetivos do Opportunity"."

Que se puna os excessos da PF e da Abin, mas não se pode deixar um Daniel Dantas solto por aí!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Além do Bush e do Mao II

Reportagem do the economist
Obama está pouco a pouco definindo sua equipe, mas pelo menos dois postos chaves estão à disposição: secretário do tesouro e do estado. A expectativa é dele oferecer um cargo para Hillary Clinton, que mantém uma boa popularidade dentro do partido, assim como na população em geral, junta com seu marido, o engomadinho Bill. Ela tem um certo trânsito com lideranças mundiais, pois apesar de que as relações internacionais não sejam seu forte, o governo Clinton foi visto como bom nessa área. O problema é ele colar demais seu governo nos dos Clinton, de forma a parecer uma simples continuidade, fortalecendo uma mulher que pode ser sua rival no futuro.

"But if he gives the job to Mrs Clinton, he would be ceding a large measure of influence over the reconstruction of America's reputation abroad to a former, and perhaps even future, rival who he could find hard to control. “Never appoint someone you can't sack”, commented one old hand this week: and Mrs Clinton would be almost unsackable, thanks to her huge popularity among a large section of the Democratic Party and the status as an ex-president of her husband."
http://www.economist.com/world/unitedstates/displayStory.cfm?story_id=12627393&source=features_box3


Para rir...Reinaldão

(...)PARA LULA, SE DESEMPREGO CRESCER, A CULPA É NOSSA

Vi Lulovsky Apedeutakoba ontem na TV. Muito ponderado, ele sugeriu que o sujeito que já está endividado não se meta em mais dívidas. Já aos não-endividados, ele recomendou que não temam o crediário e partam para os compras. Não parou por aí.

Exercitando o que aprendeu na aula de Massinha I do pré-primário de como funciona o mercado interno, afirmou que, se ninguém comprar, o país produz menos, e, se o país produz menos, o desemprego aumenta.

É uma lógica realmente interessante. FHC era culpado não apenas pelas crises externas — já Lula cobra de George W. Bush a solução — como pelo desemprego. Alguém soprou ao Apedeuta uma nova verdade: caso alguém seja demitido, a culpa será dos brasileiros que não foram às compras.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Enquanto isso, na Califórnia...

Enquanto o governo dos EUA vacila em agir depois da crise para conter a expansão da produção de casas, que em setembro, o pior mês em 17 anos, estava em um ritmo anualizado de 1.000.000 de casas, a natureza faz sua parte. Muitas casas queimam como palha em incêndio na Califórnia, inclusive casas com valor de milhões de dólares e muitas vezes de uma celebridade de Hollywood, em uma combinação que repete de fogo e vento forte. Aliás, não seria uma medida mais eficiente na atual crise "queimar" o excesso de casas para sustentar o preço, como Getulio Vargas fez com o nosso cafe?? É impossível para um presidente mandar destruir casas em um país cheio de desabrigados, mas a impressão que fica é que alguns desastres, nem sempre naturais, podem ser bons ou mesmo fornecer lições para a economia americana,mesmo que as mansões das celebridades não sejam o foco dos problemas atuais (não que elas não sejam ociosas...). Mas não está precisando mesmo de um pouco de fogo para "queimar" o excesso de casas, livrando os políticos dessa funcão?

Além do Bush e do Mao

A vitória de Obama foi uma vitória da classe média americana, principalmente aquela das grandes cidades, e dos meios de comunicação mais famosos dos EUA, que declararam apoio explícito a Obama. Todo mundo espera de Obama um bom governo, mas por enquanto ele pode usar a estratégia de aproximar sua imagem à dos democratas Clinton, políticos queridinhos da massa dos americanos que apoiam as idéias "politicamente corretas". http://www.nytimes.com/2008/11/13/us/politics/15clinton.html?_r=1&hp&oref=slogin

Idiocracy

Pelo jeito o mundo caminha mesmo para a multipolaridade, com a formação de zonas econômicas, oficiais ou não, mas ninguém sabe a velocidade em que isso vai ocorrer. Os EUA continuam com um peso muito grande na economia, e também nas relações geopolíticas, que vai perdurar por muito tempo. Aliás, há de se perguntar se é mesmo possível uma grande mudança na regulação financeira mundial, com a criação de uma instituição internacional com esse objetivo. A curto prazo não. Os estados, assim como de instituições como o FMI, enfrentam uma crise em um sistema financeiro gigante, com um poder de fogo (especulativo) muito maior. Os políticos, apesar da retórica, são impotentes para lidar com um real pânico na economia. O que a economia precisa não é de grandas mudanças, mas de estabilidade institucional, vista hoje pela teoria econômica como o principal motor do crescimento a longo prazo, ou do crescimento natural da economia. O OBama parece que vai dar conta do recado. Apesar de ele agora se confrontar com um duelo interno entre suas promessas de campanha e as necessidades reais (e duras) da economia, ele parece transmitir a mensagem que todos desejam: mudança, dinamismo da economia, calma para lidar com a crise econômicas e as guerras, além de uma boa dose de populismo político. Já em um livro da década de 70 cujo nome esqueci (...) dizia-se que nos tempos modernos de comunicação em massa em tempo real os gestos dos políticos são às vezes mais importantes que suas ações institucionais. Obama vai ser o presidente mais "pop-star" da história dos EUA. Se ele transmitir estabilidade nessa transição de um governo Bush desastroso, mas que de alguma forma conseguiu manter a economia em crescimento, está bem. Que logo ele mostre a cara do governo, e consiga balancear as expectativas com as possibilidades reais. Só espero que não estejamos caminhando para uma "idiocracy" (já viram esse filme?).

Muro de Berlim

Agora já estão falando por aí que chegou o fim da "Era americana". Mas será que, mesmo que não sejam os Estados Unidos, o mundo comportará um novo "Império" ou liderança à moda do que já tivemos antes, ou o que é mais pertinente, será que o "american way of life" acabou, ou estamos cada vez mais cada vez mais buscando o "american dream"? Com certeza, a imagem de fartura e bonança dos americanos é um pouco constrastada com a pobreza que se espalha nos momentos de crise, mas isso ocorre desde 1929!! Não foram poucas as crises que os EUA passaram, e todas elas, inclusive as políticas, mostraram falhas em toda a objetividade técnica que se queria fazer imperar. Mas não são essas falhas, ou a perpepção delas para haver a possibilidade de resolução, o motor da sociedade americana, tanto no que diz respeito ao sistema político, a democracia, quanto em relação ao capitalismo? Os EUA não saem derrotado de um movimento de multipolarização do mundo, mas como o maior patrocinador disso. O que eu quero dizer é que a guerra fria acabou, e os EUA já venceram a guerra; hoje temos um mundo capitalista e globalizado, com alguns pontos de tensão, mas o mercado abrange todo o globo. Abrange Venezuela, Arábia Saudita, etc. O EUA perdem poder nesse momento apenas em parte. Na verdade, da década de 90 até hoje está sendo o período de menor poder dos EUA no mundo. Durante a guerra fria, as ações americanas eram sempre bem justificadas como uma guerra contra o comunismo, um mal bem visível representado pela URSS. Hoje os EUA não têm mais uma justificativa tão convincente, baseada em um estado de guerra constante, o que gerou um grande anti-americanismo. Bush até que tentou conferir mais poder para o estado através de um discurso contra o terror, que era muito mais monstruoso que o do anti-comunismo, pois poderia levar à supressão dos direitos de qualquer um. O terrorismo do qual Bush protegia a nação é aquele que ocorre SOBRE o terrítorio nacional, que pode matar qualquer um, uma paranóia completa; então todos são suspeitos e a segurança justifica os meios. Felizmente, a população americana reprovou essa tentativa desenfreada do governo Bush de conferir ao estado poderes extraordinários que não conferem com a realidade atual. As guerras desencadeadas pelo Bush revelam essa miopia sobre o mundo REAL, ou seja, sobre as finanças, as capacidades militares, os apoios políticos. E falando de superação dos problemas americanos, e mesmo que essa não tenha sido uma eleição com uma conotação racial, a eleição de Obama revela nas entrelinhas importantes mudanças que são na verdade essenciais para a democracia americana. Há 40 anos o mundo ficava perplexo com o radicalismo de certos grupos no fato do assassinato de Luther King. Aquilo parecia um entrave intransponível da sociedade americana. O que fica é a impressão que o EUA não gostam de rótulos...

Eleições municipais

Segunda-feira, 27 de Outubro de 2008

Eleições para prefeito
Influencia ou não 2010?
Postado por Blog da Politica às 15:08 0 comentários
"retirado de outro blog que foi desativado"